UMA
PEQUENA REFLEXÃO SOBRE
O
ARCANO ZERO - O LOUCO
(Trecho do Livro: Tarot - Um Caminho pessoal, de Rubens Lacerda)
Creio
que da mesma forma que não podemos, por meio de aparelhos e
experiências científicas, comprovar a existência ou mesmo ausência
de Deuses e Deusas, também não podemos cair no mesmo erro em
relação ao Tarot.
Deuses
e Deusas são uma experiência pessoal baseada na Fé. Uma
extraordinária viajem à completude humana.
O
Tarot também é uma experiência aos confins da humanidade. É uma
Sagrada jornada ao centro do coração humano. Uma vivência perfeita
e certeira por onde nossas forças brotam. Não de uma forma banal,
daquelas beirando ao ridículo, onde somos apenas o efeito de nossas
vidas, confirmado por textos como:
“Se
Deus quiser. Se a Deusa deixar. Que os deuses abençoem. Que a Deusa
te crie!” Isso soa muito mais como vício de linguagem e modismo do
que como algo que venha verdadeiramente do coração. Que venha de
dentro do nosso Ser Real.
O
Tarot é o amor encarnado, é o poder quântico das infinitas
possibilidades. Do aqui. Do ser e do agora. E na figura do Caminhante
das estrelas da constelação arcânica, O Louco traz o esplendor da
Vida que retorna do caos, em todas as suas voltas, em seu processo
cíclico de Caminho.
Por
ser o Louco o tolo, pode ser o que quiser, sendo esta a faceta da
bruxaria, da magia da Vida que o Louco nos mostrar. Engana-se e
muito, quem acredita que ele e seus companheiros arcânicos são
apenas símbolos que nos levam a passear no oceano coletivo de nossa
humanidade. Oceano atingido por cada ser, somente por sua praia, sua
orla. Não. Antes de símbolos são energia pura. E energia é pré
matéria. Pré ação.
Às
vezes, beirando ao “esfregar na cara”, o Caminhante nos mostra a
fragilidade de nossa forma “imortal” de viver, onde tudo o que é
relacionado ao poder do Amor, da espiritualidade e do ser feliz, fica
abandonado ao bel prazer de um calendário poderoso e interminável.
O
Louco traz o poder da decisão precisa que urge, que acontece no
agora. Da escolha que parte do coração e que abraça a felicidade.
Ele nos faz entender que o ponto de início de qualquer jornada tem
nome e tempo o correto chamado: Presente.
Seja
passeando pelos Magos ou pelos Mundos e a dançarina cósmica de
Rachel Pollack, ou mesmo pela bela moça da Força, o Louco nos
ensina que a Jornada começa nele e que para iniciá-la, a pesada
bolsa das certezas deve ser esvaziada para que seus “dons” possam
aparecer, porque a única coisa que o Louco deve ter como certo é
que o Anjo da Morte um dia lhe encontrará e o conduzirá para a sua
estrada azul. O Louco sabe que sua vida impermanente só tem sentido
se partir de sua alma, de seu amor pelos mistérios de sua existência
e das coisas do Mundo.
E
por fim:
O
Louco sabe: Uma vez que uma jornada do Coração e de coração se
inicia, não pode permitir que nada tire seus pés da estrada. Esta
estrada vive no âmago das coisas do Mundo, pois tudo começa e
termina no Mundo. Mas, o levará ao seu melhor. Que o Louco seja
sábio para sentir e entender sua Sombra pessoal. O Mundo dos dons!
O
Caminho é do Louco, a ele pertence, mas a decisão de ser ou não o
próprio Arcano ZERO, vem de cada um, de cada ser e é extremamente
pessoal, assim como nossa experiência de Deuses.
RL
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