terça-feira, 26 de fevereiro de 2013



UMA PEQUENA REFLEXÃO SOBRE
O ARCANO ZERO - O LOUCO

(Trecho do Livro: Tarot - Um Caminho pessoal, de Rubens Lacerda)

Creio que da mesma forma que não podemos, por meio de aparelhos e experiências científicas, comprovar a existência ou mesmo ausência de Deuses e Deusas, também não podemos cair no mesmo erro em relação ao Tarot.
Deuses e Deusas são uma experiência pessoal baseada na Fé. Uma extraordinária viajem à completude humana.
O Tarot também é uma experiência aos confins da humanidade. É uma Sagrada jornada ao centro do coração humano. Uma vivência perfeita e certeira por onde nossas forças brotam. Não de uma forma banal, daquelas beirando ao ridículo, onde somos apenas o efeito de nossas vidas, confirmado por textos como:
“Se Deus quiser. Se a Deusa deixar. Que os deuses abençoem. Que a Deusa te crie!” Isso soa muito mais como vício de linguagem e modismo do que como algo que venha verdadeiramente do coração. Que venha de dentro do nosso Ser Real.
O Tarot é o amor encarnado, é o poder quântico das infinitas possibilidades. Do aqui. Do ser e do agora. E na figura do Caminhante das estrelas da constelação arcânica, O Louco traz o esplendor da Vida que retorna do caos, em todas as suas voltas, em seu processo cíclico de Caminho.
Por ser o Louco o tolo, pode ser o que quiser, sendo esta a faceta da bruxaria, da magia da Vida que o Louco nos mostrar. Engana-se e muito, quem acredita que ele e seus companheiros arcânicos são apenas símbolos que nos levam a passear no oceano coletivo de nossa humanidade. Oceano atingido por cada ser, somente por sua praia, sua orla. Não. Antes de símbolos são energia pura. E energia é pré matéria. Pré ação.
Às vezes, beirando ao “esfregar na cara”, o Caminhante nos mostra a fragilidade de nossa forma “imortal” de viver, onde tudo o que é relacionado ao poder do Amor, da espiritualidade e do ser feliz, fica abandonado ao bel prazer de um calendário poderoso e interminável.
O Louco traz o poder da decisão precisa que urge, que acontece no agora. Da escolha que parte do coração e que abraça a felicidade. Ele nos faz entender que o ponto de início de qualquer jornada tem nome e tempo o correto chamado: Presente.
Seja passeando pelos Magos ou pelos Mundos e a dançarina cósmica de Rachel Pollack, ou mesmo pela bela moça da Força, o Louco nos ensina que a Jornada começa nele e que para iniciá-la, a pesada bolsa das certezas deve ser esvaziada para que seus “dons” possam aparecer, porque a única coisa que o Louco deve ter como certo é que o Anjo da Morte um dia lhe encontrará e o conduzirá para a sua estrada azul. O Louco sabe que sua vida impermanente só tem sentido se partir de sua alma, de seu amor pelos mistérios de sua existência e das coisas do Mundo.
E por fim:
O Louco sabe: Uma vez que uma jornada do Coração e de coração se inicia, não pode permitir que nada tire seus pés da estrada. Esta estrada vive no âmago das coisas do Mundo, pois tudo começa e termina no Mundo. Mas, o levará ao seu melhor. Que o Louco seja sábio para sentir e entender sua Sombra pessoal. O Mundo dos dons!
O Caminho é do Louco, a ele pertence, mas a decisão de ser ou não o próprio Arcano ZERO, vem de cada um, de cada ser e é extremamente pessoal, assim como nossa experiência de Deuses.

RL

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